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ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES LINGUÍSTICAS E PEDAGÓGICAS DA PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENEM E EM VESTIBULARES
Natália Fernanda Igual, Maria Beatriz Gameiro Cordeiro

Prédio: Bloco E - Salas de aulas teóricas
Sala: E5
Data: 2016-10-21 03:00  – 03:15
Última alteração: 2016-10-09

Resumo


RESUMO: Este trabalho compõe o projeto de Iniciação Científica “A Língua Portuguesa nos livros didáticos e em avaliações externas”, o qual poderá favorecer o aperfeiçoamento da visão teórica dos estudantes sobre as avaliações de ingresso ás universidades, como o ENEM e outros vestibulares. Definição do Problema: Presenciando-se um momento em que toda informação é necessária nestas avaliações, questionou-se se o que é exercitado na prática (escola), baseado em livros didáticos, é exigido também nas provas. Objetivo (s): Assim, o projeto tem como propósito verificar a abordagem linguística, por meio de uma análise descritiva, dos conteúdos recorrentes em três livros didáticos da terceira série do Ensino Médio para estudar a Língua Portuguesa: Viva Português 3, editora Ática; Português Volume 3, editora Moderna; e Português Linguagens 3, editora Saraiva. Posteriormente, a maneira como os conteúdos são abordados nos livros será comparada com a forma de exigência de conteúdos de dois importantes vestibulares do Estado de São Paulo (UNESP e UNICAMP) e do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Justificativa: Visa-se que os resultados da pesquisa poderão estender úteis conhecimentos para a realidade escolar, pois já se obteve consideráveis registros que indicam algumas lacunas a preencher na grade curricular para melhorar o ensino da Língua Portuguesa. Metodologia: Na primeira etapa do trabalho, ponderaram-se a frequência dos conteúdos e dos gêneros textuais na prova de Língua Portuguesa dos referidos exames, dos anos de 2013, 2014 e 2015. O trabalho é embasado teoricamente nas contribuições da Linguística Textual, da Análise do Discurso e da Linguística Aplicada. As duas primeiras correntes fornecem as concepções de “texto”, “discurso”, “gêneros” e outras noções que fundamentam o ensino de língua. De outro lado, a Linguística Aplicada encontra-se intimamente relacionada com a solução dos problemas da aprendizagem de línguas. Os dados evidenciaram que, nos vestibulares escolhidos, nos três anos, todas as questões aferiam algum tipo de texto para compreensão, com predomínio de uma grande diversidade de gêneros textuais, tais como: notícia, reportagem, poema, artigo de opinião, crônica, canção, artigo científico, entre outros. Ainda revelaram que o foco não são os objetos de estudos tradicionalmente pressupostos do Português, tais como a gramática e a “interpretação” mecanizada, mas sim questionavam a interpretação aliada aos seguintes tópicos: coesão e coerência, adequação da linguagem, características da língua falada, funções da linguagem, e, prioritariamente, o uso da língua nos diferentes gêneros, além da literatura. Embora as questões, principalmente do ENEM, tenderam às características de cada gênero textual, ficou elucidado que os estudantes precisavam saber suas situações de uso, suas finalidades, o suporte de veiculação, dentre outros traços. A UNESP revelou-se mais “tradicional”, visto que exigiu do candidato também a gramática tradicional (recorreram-se 7 questões; 11,6 % em média, ao longo dos três anos). A UNICAMP, por sua vez, explorou, em sua segunda fase, essencialmente a literatura e a língua em uso. Deste modo, constatou-se a importância dos conhecimentos prévios sobre determinado assunto ou área específica, nos três vestibulares, associados às informações novas (prescritas no texto), isto é, à capacidade de interpretação do estudante, a qual julga-se o ponto diferencial no processo de seleção para as universidades.

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