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UM ESTUDO DA TRADUÇÃO DE VIDAS SECAS PARA O INGLÊS
Isadora Padoveze, Vanessa Chiconeli Liporaci de Castro

Última alteração: 2017-11-26

Resumo


Vidas Secas (1928), de Graciliano Ramos, é uma narrativa cíclica cuja linguagem – seca e áspera – reflete o meio no qual as personagens estão inseridas. As especificidades e os efeitos dessa linguagem construída por Graciliano Ramos encontram-se bastante marcados em dois processos que ocorrem ao longo do romance e que constituem o foco de análise deste recorte de pesquisa: (i) o processo de animalização dos personagens humanos e (ii) o processo de humanização dos personagens animais. O presente estudo propõe-se, portanto, a investigar como esses processos estão textualizados na obra original e como foram traduzidos para o inglês – em versão feita por Ralph Edward Dimmick, intitulada Barren Lives –, mais particularmente no capítulo “O menino mais novo”. O embasamento teórico da pesquisa provém de estudiosos da tradução como Mario Laranjeira, Paulo Henriques Britto e Antoine Berman, que desenvolvem a ideia de que, em termos de tradução literária, a transmissão de significados deve se subjugar ao trabalho no nível dos significantes. As conclusões – ainda parciais – apontam para um perfil de tradutor que buscou soluções circunstanciais e, por isso, não recriou em inglês o que Berman denomina sistematismos do texto e que são essenciais para a transmissão da proposta estética da obra.

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